Ô Vó, que cor a horta do Vovô pode nos dar hoje?
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O caminho para este território é feito linha e se divide em estações de memórias. Saindo de lá de casa até a rua Tiradentes, depois da Tiradentes até a Escola Nossa Senhora Aparecida, depois da Av. Benjamin Guimarães até a entrada da Vila da Paz, depois da Vila da Paz até a linha do trem onde termina o bairro de Contagem e, depois, atravessar a cidade é atravessar a linha do trem até chegar na casa da Vovó em Belo Horizonte. Ir para a casa da Vovó sempre foi a principal travessia metropolitana pra gente que não mora na cidade. Uma travessia que a gente sempre fazia a pé. E para cada trecho-território de memória parecia ser um tempo daquele território, com suas pessoas, vivências e narrativas únicas. E isso de fato nos dava a sensação de estar mesmo fazendo uma grande viagem.

Um caminho que ativa todos os sentidos e memórias. A chegada tem cheiro de café.
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Meu povo é povo da terra. Vovó sabe tudo das plantas e Vovô sabe muito do plantar. Não sei o que deu no Vovô que de lá pra cá ele deu pra plantar na linha do trem. Na verdade, ele passou a plantar em qualquer lugar onde via terra parada. Mas eu até entendo bem ele: Onde já se viu tanta terra parada nesse Brasil de meu Deus e ninguém poder plantar nela? É como Vovô mesmo diz: “Deus não vendeu terra pra ninguém”. Logo, a terra é da terra. Então, vamos plantar.